Dani Cavalier 1993
Dani Cavalier circula entre o desenho, a pinturas, a escultura e a instalação explorando temas relacionados ao corpo, à espiritualidade e à história do poder e da marginalização das mulheres.
Nos últimos três anos, Cavalier tem desenvolvido sua pesquisa e prática artística em torno do que chama de pinturas sólidas. Partindo dos elementos fundamentais da pintura convencional — como o chassi, a tela tramada, as cores e a noção de composição — ela substitui tinta e pincel por retalhos coloridos de Lycra advindos de fábricas de moda praia do Rio de Janeiro. Ao criar essas pinturas sólidas, a artista trabalha com justaposições de blocos de cor e a materialidade do tecido, que substitui a tela tradicional e envolve o chassi. O resultado é uma composição entrelaçada de cores que existe sem um dentro ou fora, sem frente ou verso, e que estabelece uma relação participativa com o espectador quando em grandes formatos.
Essa pesquisa encontra suas raízes em técnicas têxteis tradicionais transmitidas de geração em geração por mulheres em contextos historicamente apartados das chamadas Belas Artes. Cavalier atua nessa cisão, borrando as fronteiras entre o que é considerado arte e o que é, pejorativamente, considerado artesanato.
Dentre as exposições das quais participou, destacam-se: Carvões acesos (Galatea, São Paulo, 2025); Geometria crepuscular (A Gentil Carioca, Rio de Janeiro, 2024), Bronze noturno (Galeria Refresco, Rio de Janeiro, 2024), Ecos da intimidade (Vórtice Cultural, São Paulo, 2024), Do desenho (Centro Cultural dos Correios, Rio de Janeiro, 2024) e Acordes (Largo das Artes, Rio de Janeiro, 2022). Em 2024, sua obra passou a integrar o acervo do Pérez Art Museum Miami (PAMM), em Miami, nos Estados Unidos. Dani Cavalier: pinturas sólidas, apresentada na Galatea, em São Paulo, em 2025, é a sua primeira exposição individual.