Ocupação Mario Pedrosa: Itaú Cultural São Paulo

O crítico para quem a arte era uma necessidade vital. O intelectual que, atento às novas maneiras de criação e expressão, foi – como disse o poeta Ezra Pound sobre os artistas – uma “antena da raça” brasileira. O articulador que interligou territórios distantes por meio de viagens e cartas e soube efetivar projetos de difusão e memória. O militante político que teve de viver no exílio e que formulou em textos e ações um projeto de Brasil.

De 25 de outubro de 2023 a 18 de fevereiro de 2024, a trajetória multifacetada de Mario Pedrosa é o foco do programa Ocupação, que apresenta, em uma exposição na sede do Itaú Cultural (IC), em São Paulo, fotografias, documentos históricos, manuscritos, entrevistas e outros materiais em torno da biografia e do trabalho de Mario. Entre os entrevistados, estão familiares e profissionais do campo artístico próximos do homenageado.

A Ocupação Mario Pedrosa também traz uma publicação impressa que se debruça sobre as várias facetas de Mario – sua vida, sua ação política, seus pensamentos sobre museus, crítica e arquitetura, assim como sua relação com o artista visual Alexander Calder. Ainda mais, no dia da abertura será lançado o site da exposição, com parte do conteúdo exibido e atrativos exclusivos, em texto e vídeo. 

Segundo disse em entrevista ao IC a crítica de arte Aracy Amaral – já homenageada pelo Ocupação –, “não existe crítico como Mario Pedrosa mais, não vai existir e não existiu”. Nascido em 1900 e morto em 1981, Mario Pedrosa foi também jornalista e professor, e esteve na liderança de instituições como a Bienal de São Paulo. Em política, fez parte da linha antifascista, aproximou-se das ideias do revolucionário Leon Trótski e participou da fundação do Partido dos Trabalhadores