Galatea
Skip to main content
  • Menu
  • Quem somos
  • Artistas
  • exposições
  • Feiras
  • Contato
  • PT
  • EN
Menu
  • PT
  • EN

Chico da Silva: mitologias brasileiras: Independent 20th Century

8 - 11 Setembro 2022 
  • Apresentação
  • Installation Views
  • Press release
Apresentação
Open a larger version of the following image in a popup:
Open a larger version of the following image in a popup:
Open a larger version of the following image in a popup:
Open a larger version of the following image in a popup:
Open a larger version of the following image in a popup:
Open a larger version of the following image in a popup:
Open a larger version of the following image in a popup:
Open a larger version of the following image in a popup: Chico da Silva (Francisco Domingos da Silva), Sem título (Água viva e piranhas) [Untitled (Jellyfish and piranhas)], final da década de 1950 [late 1950s]
Open a larger version of the following image in a popup: Chico da Silva (Francisco Domingos da Silva), Pássaro e dragão [Bird and dragon], Final da década de 50 [Late 50's]
Open a larger version of the following image in a popup: Chico da Silva (Francisco Domingos da Silva), Sem título [Untitled], Final da década de 50 [Late 50's]
Open a larger version of the following image in a popup: Chico da Silva (Francisco Domingos da Silva), Sem título [Untitled], 1967
  • Chico da Silva (Francisco Domingos da Silva), Sem título (Água viva e piranhas) [Untitled (Jellyfish and piranhas)], final da década de 1950 [late 1950s]
  • Chico da Silva (Francisco Domingos da Silva), Pássaro e dragão [Bird and dragon], Final da década de 50 [Late 50's]
  • Chico da Silva (Francisco Domingos da Silva), Sem título [Untitled], Final da década de 50 [Late 50's]
  • Chico da Silva (Francisco Domingos da Silva), Sem título [Untitled], 1967
3D

Chico da Silva: mitologias brasileiras

 

O projeto para a Independent 20th Century 2022 consiste em uma exposição
monográfica de trabalhos de Chico da Silva (1910, Alto Tejo, Acre, Brasil – 1985,
Fortaleza, Ceará, Brasil), artista brasileiro autodidata e de ascendência indígena, que lida com elementos, imagens e referências das culturas, cosmologias e mitologias indígenas e populares brasileiras.

 

Chico da Silva nasceu cercado pela floresta amazônica na região do Alto Tejo, mas ainda criança mudou-se para o Ceará, no Nordeste do Brasil, passando por algumas cidades do interior até se instalar em Fortaleza em 1935, onde viveu até sua morte. Foi pintando os muros caiados das casas de pescadores da Praia Formosa que começou sua produção artística. Da Silva dava forma e cor a seus desenhos com pedaços de carvão, tijolos, folhas e outros elementos encontrados ao seu redor.

 

Jean-Pierre Chabloz (1910, Lausanne, Suíça – 1984, Fortaleza, Ceará, Brasil), crítico e artista suíço que se mudou para o Brasil em 1940 devido à Segunda Guerra Mundial, viajou para Fortaleza a trabalho em 1943, onde conheceu os desenhos de da Silva em uma visita à praia. Admirado, Chabloz incentivou-o e forneceu-lhe materiais para que se aprofundasse em sua pesquisa artística. Tal encontro teve grande relevância na consolidação e difusão do trabalho de Chico da Silva, abrindo portas para que circulasse nos principais centros urbanos do Brasil, como Rio de Janeiro e São Paulo, e pela Europa, em cidades como Genebra, Neuchâtel, Lausanne e Paris.


Em seus guaches e pinturas, Chico da Silva representou sobretudo os seres da floresta, como os pássaros e peixes amazônicos, além de figuras fantasiosas, como dragões. Suas obras dão forma a histórias e mitologias da tradição oral da cultura do Norte do Brasil, em composições marcadas por uma rica policromia e pelo grafismo detalhado do desenho, composto por tramas e linhas coloridas. Acerca do seu universo e de seus procedimentos, Jean-Pierre Chabloz faz as seguintes considerações no texto “Un indien brésilien ré-invente la peinture” [Um indígena* brasileiro reinventa a pintura], originalmente publicado na revista francesa Cahier d’Art, em 1952:


Por toda parte em que os guaches visionários do Pintor da Praia foram expostos, em Fortaleza mesmo, no Rio, em Genebra, em Lausanne, em Lisboa, encontraram-se destes bem-aventurados que souberam ver no maravilhoso universo de Francisco Silva, o índio, o que eu próprio tinha visto. Pois cada um de seus guaches contém e propõe um universo que ultrapassa muito o tema tratado. Lendas amazônicas, lembranças da infância, ritos e práticas mágicas, espetáculos naturais transpostos pela assunção poética, complexos psíquicos individuais e raciais exteriorizados através do símbolo, voluptuosidade (...) de linhas, de movimentos, de cores, formam o fundo extraordinariamente rico e sutil desse universo. Como se podia prever, ele atraiu as atenções mais diversas. Artistas e poetas, críticos de arte e jornalistas, etnógrafos e psicanalistas se entusiasmaram e se entusiasmarão ainda diante destas surpreendentes condensações coloridas em diversos planos, que revelam, em cada um, horizontes novos (...).


Dada a originalidade do seu estilo e de suas composições, destacou-se no contexto da chamada arte popular brasileira e, além de experimentar bastante sucesso comercial em vida, atraiu grande interesse da crítica. Entre as principais exposições que participou, estão: Francisco da Silva, Galerie Pour L'Art, Lausanne, Suíça, em 1950; Exposition d‘Art Primitif et Moderne, Musée d‘Ethnographie, Neuchâtel, Suíça, em 1956; 8 Peintres Naïfs Brésiliens, Galerie Jacques Massol, Paris, France, em 1965; 9a Bienal Internacional de

São Paulo, São Paulo, SP, Brasil, em 1967; Tradição e Ruptura: Síntese de Arte e Cultura Brasileiras, Fundação Bienal de São Paulo, Brasil, em 1984. Além disso, recebeu, em 1966, o prêmio de Menção Honrosa por sua participação na 33a Bienal de Veneza.

 

Convencido quanto à relevância da obra de da Silva e do quanto ela agrega à arte brasileira, Chabloz projeta, ainda, a recepção que estaria à sua altura: Agrada-me, às vezes, imaginar Francisco Silva decorando ministérios e palácios do governo, correios e telégrafos, bancos, escolas e ricas casas particulares. Uma vida inteira não seria suficiente. Mas, consagrando a sua vida a esta tarefa, o humilde pintor paradisíaco da praia cearense, através da radiosa proclamação de uma arte (...) autenticamente brasileira, redimiria sozinho seu País da desagradável e involuntária sabotagem que, outrora, privara-o de sua primavera pictórica.

 

Embora tenha caído em certo esquecimento, por conta dos rumos que tomou ao fim de sua carreira, hoje o trabalho de Chico da Silva vem sendo retomado e atualizado com novas leituras e abordagens. Esse dado acompanha um crescente interesse contemporâneo pela arte produzida por artistas autodidatas, atuantes fora do sistema tradicional das artes, que criaram visões próprias e originais sobre suas culturas e sobre a sociedade em que viveram. Atualmente, seus trabalhos fazem parte de inúmeras coleções públicas, entre elas: Museo del Barrio, Nova York; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM Rio; Museu de Arte do Rio de Janeiro – MAR; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC USP; e Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP.


Apresentar, discutir e difundir a obra de Chico da Silva sob uma perspectiva
contemporânea coloca em debate as diversas matrizes de conhecimento que
constituem a cultura e a arte brasileira, escapando das perspectivas tradicionais e eurocêntricas que, por muito tempo, dominaram as narrativas da nossa produção artística e cultural.

___
* Alguns termos usados no período em que Jean Pierre Chabloz

  • preview
Installation Views
Press release
Chico da Silva: mitologias brasileiras, Independent 20th Century

O projeto para a Independent 20th Century 2022 consiste em uma exposição
monográfica de trabalhos de Chico da Silva (1910, Alto Tejo, Acre, Brasil – 1985,
Fortaleza, Ceará, Brasil), artista brasileiro autodidata e de ascendência indígena, que lida
com elementos, imagens e referências das culturas, cosmologias e mitologias indígenas
e populares brasileiras.
Chico da Silva nasceu cercado pela floresta amazônica na região do Alto Tejo, mas ainda
criança mudou-se para o Ceará, no Nordeste do Brasil, passando por algumas cidades
do interior até se instalar em Fortaleza em 1935, onde viveu até sua morte. Foi pintando
os muros caiados das casas de pescadores da Praia Formosa que começou sua produção
artística. Da Silva dava forma e cor a seus desenhos com pedaços de carvão, tijolos,
folhas e outros elementos encontrados ao seu redor.
Jean-Pierre Chabloz (1910, Lausanne, Suíça – 1984, Fortaleza, Ceará, Brasil), crítico e
artista suíço que se mudou para o Brasil em 1940 devido à Segunda Guerra Mundial,
viajou para Fortaleza a trabalho em 1943, onde conheceu os desenhos de da Silva em
uma visita à praia. Admirado, Chabloz incentivou-o e forneceu-lhe materiais para que se
aprofundasse em sua pesquisa artística. Tal encontro teve grande relevância na
consolidação e difusão do trabalho de Chico da Silva, abrindo portas para que circulasse
nos principais centros urbanos do Brasil, como Rio de Janeiro e São Paulo, e pela Europa,
em cidades como Genebra, Neuchâtel, Lausanne e Paris.
Em seus guaches e pinturas, Chico da Silva representou sobretudo os seres da floresta,
como os pássaros e peixes amazônicos, além de figuras fantasiosas, como dragões. Suas
obras dão forma a histórias e mitologias da tradição oral da cultura do Norte do Brasil,
em composições marcadas por uma rica policromia e pelo grafismo detalhado do
desenho, composto por tramas e linhas coloridas. Acerca do seu universo e de seus
procedimentos, Jean-Pierre Chabloz faz as seguintes considerações no texto “Un indien
brésilien ré-invente la peinture” [Um indígena* brasileiro reinventa a pintura],
originalmente publicado na revista francesa Cahier d’Art, em 1952:
Por toda parte em que os guaches visionários do Pintor da Praia foram expostos, em Fortaleza
mesmo, no Rio, em Genebra, em Lausanne, em Lisboa, encontraram-se destes bem-aventurados
que souberam ver no maravilhoso universo de Francisco Silva, o índio, o que eu próprio tinha
visto. Pois cada um de seus guaches contém e propõe um universo que ultrapassa muito o tema
tratado. Lendas amazônicas, lembranças da infância, ritos e práticas mágicas, espetáculos
naturais transpostos pela assunção poética, complexos psíquicos individuais e raciais
exteriorizados através do símbolo, voluptuosidade (...) de linhas, de movimentos, de cores,
formam o fundo extraordinariamente rico e sutil desse universo. Como se podia prever, ele atraiu
as atenções mais diversas. Artistas e poetas, críticos de arte e jornalistas, etnógrafos e
psicanalistas se entusiasmaram e se entusiasmarão ainda diante destas surpreendentes
condensações coloridas em diversos planos, que revelam, em cada um, horizontes novos (...).
Dada a originalidade do seu estilo e de suas composições, destacou-se no contexto da
chamada arte popular brasileira e, além de experimentar bastante sucesso comercial
em vida, atraiu grande interesse da crítica. Entre as principais exposições que participou,
estão: Francisco da Silva, Galerie Pour L'Art, Lausanne, Suíça, em 1950; Exposition d‘Art

Primitif et Moderne, Musée d‘Ethnographie, Neuchâtel, Suíça, em 1956; 8 Peintres Naïfs
Brésiliens, Galerie Jacques Massol, Paris, France, em 1965; 9a Bienal Internacional de
São Paulo, São Paulo, SP, Brasil, em 1967; Tradição e Ruptura: Síntese de Arte e Cultura
Brasileiras, Fundação Bienal de São Paulo, Brasil, em 1984. Além disso, recebeu, em
1966, o prêmio de Menção Honrosa por sua participação na 33a Bienal de Veneza.
Convencido quanto à relevância da obra de da Silva e do quanto ela agrega à arte
brasileira, Chabloz projeta, ainda, a recepção que estaria à sua altura:
Agrada-me, às vezes, imaginar Francisco Silva decorando ministérios e palácios do governo,
correios e telégrafos, bancos, escolas e ricas casas particulares. Uma vida inteira não seria
suficiente. Mas, consagrando a sua vida a esta tarefa, o humilde pintor paradisíaco da praia
cearense, através da radiosa proclamação de uma arte (...) autenticamente brasileira, redimiria
sozinho seu País da desagradável e involuntária sabotagem que, outrora, privara-o de sua
primavera pictórica.
Embora tenha caído em certo esquecimento, por conta dos rumos que tomou ao fim de
sua carreira, hoje o trabalho de Chico da Silva vem sendo retomado e atualizado com
novas leituras e abordagens. Esse dado acompanha um crescente interesse
contemporâneo pela arte produzida por artistas autodidatas, atuantes fora do sistema
tradicional das artes, que criaram visões próprias e originais sobre suas culturas e sobre
a sociedade em que viveram. Atualmente, seus trabalhos fazem parte de inúmeras
coleções públicas, entre elas: Museo del Barrio, Nova York; Museu de Arte Moderna do
Rio de Janeiro – MAM Rio; Museu de Arte do Rio de Janeiro – MAR; Museu de Arte
Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC USP; e Museu de Arte de São Paulo
Assis Chateaubriand – MASP.
Apresentar, discutir e difundir a obra de Chico da Silva sob uma perspectiva
contemporânea coloca em debate as diversas matrizes de conhecimento que
constituem a cultura e a arte brasileira, escapando das perspectivas tradicionais e
eurocêntricas que, por muito tempo, dominaram as narrativas da nossa produção
artística e cultural.

___
* Alguns termos usados no período em que Jean Pierre Chabloz escreveu seu texto caíram em desuso,
de modo que os atualizamos para o contexto atual.

Download Press Release
Back to art fairs

Galatea São Paulo

contato@galatea.art

+ 55 11  3475 0099

Galatea Salvador

salvador@galatea.art

+ 55 71  35110046

Instagram, opens in a new tab.
Facebook, opens in a new tab.
Youtube, opens in a new tab.
Send an email
Join the mailing list
Gerenciar cookies
Copyright © 2025 Galatea
Site produzido por Artlogic

Este site usa cookies
Este site usa cookies para ajudar a torná-lo mais útil para você. Entre em contato conosco para saber mais sobre nossa Política de Cookies.

Gerenciar cookies
aceitar

Preferências de cookies

Check the boxes for the cookie categories you allow our site to use

Cookie options
Requerido para o funcionamento do site e não pode ser desativado.
Melhore sua experiência no site armazenando as escolhas que você faz sobre como ele deve funcionar.
Permita-nos coletar dados anonimizados de uso para melhorar a experiência em nosso site.
Permita-nos identificar nossos visitantes para que possamos oferecer marketing personalizado e direcionado.
Salvar preferências